quinta-feira, 6 de junho de 2013

Quem avisa amigo é!


Imagem: Google

Vou narrar o milagre, mas não vou nominar o santo. O fato aconteceu em uma Vara de uma Comarca do interior do Rio Grande do Norte. Sucedia que os funcionários dessa Vara traziam as suas guloseimas para o lanche, colocando-as na geladeira da cozinha. Ocorre que algum “precipitado” usufruía comumente desses produtos, que não era de sua alçada.
Para coibir esse “uso” indevido, foi fixado na porta da geladeira, em letras garrafais, o seguinte aviso: SÓ CONSUMA OS PRODUTOS DESTA GELADEIRA (SUCO, IOGURTE, FRUTA, DOCE, LEITE, QUEIJO, ETC.) SE FOR SEU. O aviso surtiu efeito, até que...
Pausa para estudo etimológico: etc. é a forma reduzida da expressão latina et cetera (ou et coetera), que significa “e os demais”, “e os restantes”.
  … Até que um guarda patrimonial colocou na geladeira um remédio contra azia. Aquele “precipitado”, em recaída, estava se curando – conjunta e indevidamente - com o dono do remédio que, claro, notou a “evaporação” do medicamento, e reclamou.
Depois de se queimar muitos neurônios, chegou-se à conclusão que o desavisado considerou o “achado” como gênero não-alimentício e, isento de culpa ou dolo pelo etc., consumia e se curava.
Registrado, dou baixa no caso, para efeito de arquivamento.
Elilson José Batista, in Inéditos e Afins 

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