Esta Língua que eu amo
Com seu bárbaro lanho
Seu mel
Seu helênico sal
E azeitona
Esta limpidez
Que se nimba
De surda
Quanta vez
Esta maravilha
Assassinadíssima
Por quase todos que a falam
Este requebro
Esta ânfora
Cantante
Esta máscula
espada
Graciosíssima
Capaz de
brandir os caminhos todos
De todos os
ares
De todas as
danças Esta voz esta língua
Soberba
Capaz de
todas as cores
Todos os
riscos
De expressão
(e ganha
sempre a partida)
Esta língua
portuguesa
Capaz de tudo
Como
uma mulher
Apaixonada
Esta
língua
É
minha Índia constante
Minha
núpcia ininterrupta
Meu
amor para sempre
Minha
libertinagem
Minha
eterna
Virgindade.
Alberto
Lacerda, poeta
moçambicano
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