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Eu também aprecio os livros de História. Ensinam-nos que, basicamente, somos
iguais hoje ao que fomos outrora. Pode haver diferenças insignificantes em
termos de vestuário e de estilo de vida, mas não há grande diferença no que
pensamos e fazemos. No fundo, os seres humanos não passam de veículos, ou
locais de passagem, para os genes. De geração em geração, correm dentro de nós
até nos esgotarem, como cavalos de corrida. Os genes não pensam no bem e no
mal. Não querem saber se somos felizes ou infelizes. Para eles, não passamos de
um meio para atingir um fim. Só pensam no que é mais eficaz do seu ponto de
vista.
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Apesar de tudo, não conseguimos deixar de pensar no bem e no mal. Não é o que
está a dizer?
A
senhora anuiu.
- Precisamente. As pessoas ‘têm’ de
pensar nessas coisas. Mas os genes são o que controla a base da forma como
vivemos. Como é natural, as contradições surgem.
Haruki
Murakami, in 1Q84
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