domingo, 21 de abril de 2013

Falar a, não falar para

“Difícil falar de um gosto literário de hoje. Essa unificação é enganosa, creio. Parece-me, contudo, que tudo quanto venha produzir estranhamento e balançar sedimentações culturais é válido, em princípio. Talvez a questão seja justamente essa: ao invés de ‘falar para’ a literatura de hoje, o texto antigo deve ‘falar a’ literatura de hoje, sê-la ela própria, de maneira transitivamente direta: uma ruína falando a outra, evitando a exterioridade de ‘falar para’”.
Mamede Mustafa Jarouche

Nenhum comentário:

Postar um comentário