Não adianta
esmurrar a ponta da faca
Não adianta
lutar como um guerreiro de Esparta
E exibir a
cicatriz como prêmio de guerra
Ser a pedra que
estilhaça o vidro da janela.
O grito, o
rosnar, a absoluta beleza
A absoluta
razão, a absoluta regra, a absoluta certeza
O mais perfeito
entendimento, a precisão, a destreza
O ouvido
absoluto, a nota certa, a pureza.
A perfeição
vinda de um ser é imperfeita
Uma mentira, um
arremedo, uma imitação mal feita
E a rigidez, a
dureza, toda dedicação em tentar consegui-la
É o mais
precioso tempo perdido em tentar contemplá-la.
Mas sou forte,
sou viga, sou aço!
Assim sei viver,
é como me acho
Seguro,
controlo, retenho, não vou
É o que
reconheço, é o que tenho, o que sou.
Subindo a escada
que desce
Desfiando o
tecido que tece
Vendo um bebê na
criança que cresce
Indo
dormir quando o sol aparece.
Roberta Estrela D’Alva
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