sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Delicadeza

Os tempos atuais acentuam três evidências. E uma virtude invisível. As três evidências são beleza, competição e consumo. Beleza como dote que modela desejada forma. Competição como troféu de vencedores. E consumo sendo apetite de cores e sabores.
Como as evidências são infindas vem a angústia. Angústia de não alcançar a beleza perene. Não vencer todas as disputas. E não exaurir todo consumo possível. Essa angústia traz uma virtude, oculta, que não morre.
É a procura de amor, de delicadeza de gestos entre amigos, de generosidade entre desconhecidos. É a busca do outro. Uma busca disfarçada, envergonhada, porque não está conforme com o padrão vigente. Mas subsiste sob regras de aparente ignorar.
Gestos corteses e generosos podem surpreender. Porque são quase sempre inesperados e raros. Mas, são intimamente ansiados. Porque refletem a natureza essencial do homem. Que é gregário. Gestos não são nostálgicos. Porque não estão perdidos na areia do tempo.
Luiz Otávio Cavalcanti, in www.bestafubana.com.br

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