Há
tempos, pensar em arte deixou de remeter apenas a formas figurativas e de
interpretação objetiva. Ao longo das épocas, a evolução das técnicas e a
liberdade criativa conquistada pelos artistas e pela sociedade permitiram que
ela - a arte - tomasse um novo rumo. Hoje, a leitura de um artefato artístico
pode levar a múltiplos significados, passando inclusive pelo conhecimento da
personalidade do criador, ou mesmo de um momento histórico em que se insere.
No
campo das esculturas, ainda de forma mais notória por se tratar de uma
expressão tridimensional, a ruptura dessa barreira levou a uma evolução no
segmento, permitindo-lhe trabalhar com materiais e superfícies das mais
diversas. No último século, especialmente, o uso de matérias primas sintéticas,
como resinas, pedras artificiais, plásticos, entre outros, agregaram um novo
significado ao verbo “esculpir”: as possibilidades de manuseio e a
flexibilidade das formas possíveis levam a um amplo leque de possibilidades às
mãos de quem se propõe a criar.
Para
Demétrius Coelho, artista potiguar cujas obras usam diversos materiais, essa
versatilidade ganha máxima ênfase e acaba por refletir em um sem fim de formas
e significados. Especialmente nas esculturas realizadas em resina, que incluem
desde peças para paredes a outras, para apoio, as formas orgânicas e a
diversidade de cores permitida pelo material expressam a liberdade criativa
garantida ao artista e explorada à exaustão. Sua obra está exposta na Galeria
Demétrius Coelho (Rua Seridó, 493 – Petrópolis – Natal/RN, 84 3211 0973) e na
Galeria de Artes Mariana Furlani (Rua Canuto de Aguiar, 1401 – Meireles –
Fortaleza/CE, 85 3242 2024).
Ao
trabalhar com um material tão flexível e versátil, a natureza (sempre ela!)
aparece como grande fonte de inspiração, refletidas nas formas orgânicas de
algas marinhas, por exemplo: leves, sinuosas e delicadas, as formas
conquistadas exprimem a suavidade e a tranquilidade que a água nos remete,
celebrando uma fase de grande produtividade para o artista. Reunindo cor,
forma, textura, brilho e sentimento, Demétrius Coelho transmite em seu
trabalho, amadurecido pela experiência de anos, sua expressão sobre o que vê ao
seu redor.
Em
cores diversas ou monocromáticas, opacas ou translúcidas, lisas ou
texturizadas, as peças desfrutam da melhor maneira as propriedades que a resina
oferece como poucos materiais. Saber extrai-las é o grande segredo. E, claro,
isso apenas cabe ao artista.
Texto e fotos cedidos gentilmente ao blog pelo artista plástico Demétrius Coelho, editor da Revista Formas.
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