"O importante não é vencer, mas competir. E
com dignidade." Esse era o lema do educador francês Pierre de Frédy, mais
conhecido como Barão de Coubertin.
A frase, entretanto, não é de sua autoria: teria
sido pronunciada pelo bispo de Londres em um ato religioso antes dos Jogos de
1908.
Nascido em Paris, no dia 1º de janeiro de 1863, o
Barão de Coubertin era descendente de uma família nobre, cujos antepassados
receberam o título de nobreza do Rei Luís XI, em 1471. Em 1567, um de seus
ascendentes adquiriu o Senhorio de Coubertin, perto de Paris, fazendo com que a
família adotasse o nome da localidade.
Formando na Universidade de Ciências Políticas, o
Barão de Coubertin recusou a carreira militar. Movido por seu ideal pedagógico,
optou por se dedicar à reforma do sistema educacional francês. Em 1892,
apresentou na Universidade Sorbonne, em Paris, um estudo sobre "Os
exercícios físicos no mundo moderno". Na ocasião, mostrou o projeto de
recriar os Jogos Olímpicos, que não foi muito bem aceito.
Mesmo assim, o francês não desistiu. Numa convenção
realizada em 1894 na própria Universidade de Sorbonne, que contou com delegados
de 13 países, o Barão conseguiu a promessa dos gregos de abrigar os primeiros
Jogos Olímpicos da Era Moderna.
O Barão de Coubertin tornou-se, então, uma das mais
importantes personalidades do esporte, mesmo sem ter marcado um único gol ou
único ponto em competições oficiais. Devido a seu empenho, os Jogos Olímpicos
renasceram, após quase 16 séculos de hibernação.
No mesmo ano de 1894 nascia o Comitê Olímpico
Internacional (COI), com o objetivo de organizar a cada quatro anos uma nova
edição dos Jogos, promovendo, assim, a união entre os países.
Certo de que a Grécia havia atingido o domínio da
Idade Antiga por causa do culto ao corpo e ao esporte, Coubertin passou a
pregar a realização dos novos Jogos. O Barão fez visitas aos Estados Unidos, à
Inglaterra e à Prússia tentando fortalecer a ideia, mas quase sempre recebeu um
"não" como resposta.
A primeira edição das Olimpíadas modernas foi
marcada para a primavera de 1896, em Atenas, após o rei Jorge I ceder a cidade
para a realização dos Jogos. A Grécia passava por uma grave crise financeira e
inicialmente seu primeiro-ministro, Charilos Tricoupis, não liberou verbas para
a organização da competição. As Olimpíadas foram salvas graças a uma generosa
contribuição do bilionário arquiteto egípcio Georgios Averoff.
Com o dinheiro de Averoff, os organizadores dos
Jogos puderam reformular Atenas, pavimentando ruas e ampliando a iluminação
pública. Além disso, foram construídos um estádio e um hipódromo para a
disputa.
No dia 6 de janeiro de 1896, finalmente a chama
olímpica pôde brilhar novamente. Recomeçavam os Jogos Olímpicos, com a presença
de 13 países e 311 atletas.
Um pouco antes do início dos Jogos de Atenas, o
Barão de Coubertin assumiu a presidência do Comitê Olímpico Internacional
(COI), cargo que ocupou até 1925. A principal luta do francês foi impedir a
presença de atletas profissionais nas disputas.
O Barão de Coubertin
gastou praticamente toda sua fortuna para colocar em prática o sonho da
Olimpíada. Morreu pobre e isolado, em 2 de setembro de 1937, em Genebra, na
Suíça. Como forma de reconhecimento, seu coração foi transportado para Olímpia,
onde repousa até hoje em um mausoléu.
Fonte:
esporte.uol.com.br
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