Passadinho a ferro,
Feito sardinha em lata
Ao molho de burocrata.
Sem horizonte nem brisa,
Enforcado na camisa,
Olhar perdido, estupor.
Um poeta-cavador,
Metido fundo na lata
Do desamor-bolor.
Soergo meu periscópio
Que, da alma, espia o mundo;
Cronópio e marinheiro,
Varo as ondas do dinheiro,
Singro o mar da servidão.
Mas resisto no que me sinto:
Homem atento, jumento
De pés cravados no chão;
À espera do momento
Em que a brasa do pensamento
Se transfigure em quimera
E fulgure no firmamento.
Uma estrela.
Mas, o que é uma estrela?
Pura emoção de quem,
Ao vê-la, sente que pulsa
O coração? Ou pedra fria,
Suspensa no espaço,
Entre milhões de solidões?
Cadente que sou, perdido,
Na vastidão espantosa
Do marasmo nacional,
Vejo na estrela um sinal:
Um gesto de Deus no céu
- como quem tira do chapéu
Um arco-íris noturno.
Homem atento, jumento
De pés cravados no chão;
À espera do momento
Em que a brasa do pensamento
Se transfigure em quimera
E fulgure no firmamento.
Uma estrela.
Mas, o que é uma estrela?
Pura emoção de quem,
Ao vê-la, sente que pulsa
O coração? Ou pedra fria,
Suspensa no espaço,
Entre milhões de solidões?
Cadente que sou, perdido,
Na vastidão espantosa
Do marasmo nacional,
Vejo na estrela um sinal:
Um gesto de Deus no céu
- como quem tira do chapéu
Um arco-íris noturno.
Eduardo Alves da Costa, in Salamargo
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