Dizia o Cão ao
Homem, e disposto
A tudo, mesmo a
ser sacrificado
Cumprindo as
suas ordens. Isto posto,
Quero falar
agora, com franqueza:
A focinheira
põe-me deprimido;
Por que não
dá-la ao Gato, que é fingido,
Apático e
traidor por natureza?
O Homem
responde: - Mas a focinheira
Lembra sempre a
existência de um patrão
Que te protege
e, de qualquer maneira,
É quem te ampara
e te garante o pão.
Já que assim é,
o dito por não dito!
Corrige o Cão,
desculpe-me a besteira.
E, desde aí, com
ar convicto,
Passou a falar
bem da focinheira!
Trilussa, in Versos
de Trilussa. Tradução de Paulo Duarte
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