sábado, 7 de janeiro de 2012

Se for mentira eu estore

Tronchura do garrafão
Zabé foi empregada da família de minha mulher por longas décadas. Hoje, aposentada, desfruta merecido descanso na sua casa de duas águas. Semana passada, comprou um garrafão de água mineral e o bicho, depois de retirada da tampa, no despejar para o filtro, deu uma torção no meio da garrafa de plástico, pelo deslocamento de ar interno e ficou lá, troncho, em estado de escoliose-aquática-mineral.
Zabé, rezadeira, com um pé no candomblé e batedeira-de-bombo de primeira, viu o nó do demônio no bucho do garrafão e sentiu a cozinha da casa contaminada do satanás das água-morta. Deu de garra duma vassoura e fez uma reza com passes de vassoura por riba do garrafão, que era ver um espadachim de senzala. A água do bicho foi avoada em esgoto distante a poder de credo-às-avessas e só depois de um segundo garrafão, benzido e glorificado, é que, segundo ela, a casa voltou ao normal.
Se for mentira eu estopore!!

Jessier Quirino, na coluna De Cumpade pra Cumpade, no Besta Fubana

Nenhum comentário:

Postar um comentário