As fotografias da superfície de Marte captadas pela câmera HiRISE a bordo da sonda espacial MRO revelam-nos paisagens surpreendentes e estranhas mas ao mesmo tempo de uma familiaridade perturbante. Venha conhecer mais de perto o planeta vermelho.
Que imagem é esta que se assemelha a uma pintura surrealista e que, não obstante, nos evoca formas vagamente familiares? Poderia até ser uma macrofotografia de um pedaço de pele humana com poros, tatuagens e impressões digitais. Mas o infinitamente pequeno e o infinitamente grande tocam-se, afinal. O que estamos a ver é na verdade uma das primeiras fotografias do solo de Marte captada pela câmera HiRISE, que viaja a bordo da sonda espacial MRO e orbita a cerca de 300 quilómetros da superfície do planeta vermelho. Há vários anos que esta câmera tem vindo a realizar imagens de alta resolução, captando pormenores da morfologia do nosso vizinho mais próximo no Sistema Solar e mostrando-nos que afinal não é assim tão diferente de nós. É talvez esta semelhança e a sensação de familiaridade que nos perturba. Se Marte fosse apenas um pouco mais quente poderíamos ver ali facilmente paisagens da Terra, com mares, nuvens, campos verdes e até vida animal. Mas Marte é árido e gelado. Mesmo assim as semelhanças são surpreendentes. Identificamos perfeitamente desertos, montes e vales, dunas, glaciares, formações rochosas, falhas geológicas e toda uma série de acidentes geográficos que bem conhecemos do nosso planeta.
As fotografias são impressionantes. Depois de as vermos ainda somos capazes de sustentar que não pode haver vida fora da Terra?
As dunas de Abalos Undae possuem uma tonalidade azulada devido à sua composição basáltica enquanto que as zonas intersticiais são provavelmente sedimentos de poeira. Mas são dunas formadas pela ação do vento, tal como acontece na Terra.
Apenas uma pequena percentagem da superfície de Marte está coberta de dunas e algumas delas apresentam uma forma bem curiosa, como esta em forma de crescente.
Fotografia oblíqua da cratera Victoria onde se podem ver os rastos do veículo de exploração Opportunity já a desaparecer.
Uma nuvem de poeira sobre a orla da cratera Hellas. A nuvem tem cerca de 200 metros de diâmetro e encontra-se a 500 metros de altura do solo.
Vale na região de Elysium.
Afloramento rochoso em Aureum Chaos onde é possível distinguir claramente os contornos irregulares das rochas e as diversas camadas de que se compõem, como se fossem curvas de nível topográficas.
Dunas do hemisfério norte. Durante o Inverno marciano uma camada superficial de dióxido de carbono gelado cobre as zonas mais frias, como é o caso deste campo de dunas. Na Primavera o gelo sublima-se (passa diretamente ao estado gasoso) e deixa no solo pequenas partículas que o vento vai arrastando, criando este efeito dinâmico.
Tal como na Terra, nas escarpas glaciares junto ao polo norte Marciano também há avalanches. Nesta fotografia pode ver-se uma nuvem com cerca de 180 metros de largura composta de gelo fino, poeira e talvez grandes blocos de gelo a cair pela encosta.
Os famosos canais de Marte são afinal rastos de nuvens de poeira na superfície. Nesta fotografia é possível ver também uma pequena cratera de impacto.
Benjamin Júnior, in obviousmag.org
Benjamin Júnior, in obviousmag.org
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