Quero abraçar, na fuga, o pensamento
da brisa, das areias, dos sargaços;
quero partir levando nos meus braços
a paisagem que bebo no momento.
Quero que os céus me levem; meu intento
é ganhar novas rotas; mas os traços
do virgem mar molhando-me de abraços
serão brancas tristezas, meu tormento.
Legando-te meus mares e rochedos,
serei tranquila. Rumarei sem medos
de arrancar dessas praias meu carinho.
Amando-as me verás nas puras vagas.
Eu te verei nos ventos de outras plagas:
Juntos – o mar em nós será caminho.
Zila Mamede, poetisa potiguar
Nenhum comentário:
Postar um comentário