Funcionando desde 1863, o metropolitano de Londres foi o primeiro do mundo. Criado para amenizar o trânsito intenso no período vitoriano, tornou-se parte do patrimônio histórico e artístico inglês. A sua história é feita de números, de fatos sem paralelo e dos metropolitanos que lhe seguiram.
O Reino Unido vivia um período de prosperidade econômica e social quando foi tomada a decisão de construir um sistema de metropolitano em Londres, sem paralelo no resto do mundo. Em plena era vitoriana, o desenvolvimento da cidade corria o risco de ser limitado pelo aumento substancial do tráfego automóvel na cidade e nas zonas periféricas. O próprio transporte ferroviário já não era uma solução viável para a constante necessidade de a população fugir ao trânsito e para complementar viagens. Assim, foi na década de 1830 que a ideia de construir um metropolitano surgiu pela primeira vez, no Reino Unido, mas só na década de 1850 é que tomou forma.
A prosperidade do reino britânico (e do seu Império) deveu-se ao período longo de paz que o país viveu (a “Pax Britannica” - entre 1805, data da Batalha de Trafalgar, e 1870/71, data da Guerra Franco-Prussiana), aos lucros obtidos com a expansão do seu Império, à Revolução Industrial e ao surgimento de uma nova classe média, educada e empreendedora. Não seria de estranhar o desenvolvimento de um metropolitano como o proposto.
Alguns conceitos base do metro de Londres estiveram depois na origem dos metros de outras cidades mundiais, como os de Paris (1900), Nova Iorque (1904), Tóquio (1927), Osaka (1933) ou Moscou (1935).
O metrô de Londres acabou também por servir de abrigo face aos bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial. Foram ainda construídos túneis abaixo do nível das linhas metropolitanas para proteção da população, apesar de, no início, o governo não ter promovido essa solução. Viria a revelar-se uma forma célere e eficaz de fugir à tragédia. Recursos básicos de sobrevivência foram disponibilizados para quem necessitasse (WC’s, camas e comida), fosse população local ou personalidades políticas do país.
Luís Pereira, in obviousmag.org
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