"Birds", novo trabalho do desenhista paulista Gustavo Duarte, guarda duas histórias.
A primeira é o enredo em si. A segunda, a estratégia por trás da publicação, que tem lançamento nesta terça-feira à noite, em São Paulo.
Como é preciso começar por algum lugar, que seja pelo enredo. A narrativa repete a fórmula usada pelo autor nos quadrinhos que vêm publicando de três anos para cá.
A história têm como personagem algum animal. No caso, são dois pássaros, Palhares e Palhares, que dividem um mesmo escritório. E uma cena inesperada que surge dentro dele.
Como se trata de uma história curta, de 32 páginas, dizer mais pode revelar o que não deve. Mas dá para dizer que o conteúdo dialogo, de forma cômica, com o gênero do suspense.
Esse diálogo com outros gêneros, vertidos pelo traço bem-humorado e singular do desenhista, parece ser outro ponto comum entre a produção de Duarte.
Em "Có", de 2009, havia um quê de ficção científica. Em "Taxi", publicada no ano passado, o tom visual era dos musicais de jazz, ambientados nos bares da vida.
As histórias, produzidas sem palavras, conseguem atingir facilmente leitores de diferentes línguas, unidos pelos poliglotas recursos da linguagem dos quadrinhos.
Atingir o mercado externo é um dos objetivos do desenhista. A primeira incursão de "Birds" foi na San Diego Comic-Con, convenção de quadrinhos realizada em julho nos EUA.
A tiragem, de três mil exemplares, foi a maior das três revistas editadas por ele e bancadas do próprio bolso. Volume que deve abastecer não só pontos de venda brasileiros.
Chargista do jornal esportivo "Lance!" e ilustrador de outros veículos de imprensa, o ingresso do autor nos quadrinhos é relativamente recente. Recente, mas bem-sucedido.
Chegou ao exterior e foi premiado com um Troféu HQMix, o principal da área de HQ do país. O mérito da repercussão é exclusivo de Duarte. Por qualquer ângulo que se observe.
No conteúdo, é dono de um traço marcante, que casa muito bem com o humor de suas histórias.
Do ponto de vista comercial, ele tem se firmado no circuito independente e sabido esgotar o que lança. Tanto que já se tornou hábito aguardar a próxima loucura de seus bichos.
Postado originalmente no blogdosquadrinhos.com.br
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