quarta-feira, 13 de julho de 2011

As aparências enganam



Sabedoria do povo 
Em forma de procissão
E o entoar da novena 
Em pratos de comunhão
Uma promessa que falta, 
Um companheiro divino
Um tempo tão pequenino 
Para viver e ficar
Um tudo tão magoado
Um povo tão violado
Erupção de crianças
Uma prece pela busca 
Uma treva que ofusca 
Uns olhos de cão danado
Os sonhos do condenado
As barras de se viver
Uns olhos são para ver
As contundências do mundo
Em tudo que se mexeu 
Em tudo que se moveu
As aparências enganam
As aparências enganam
As mesmas que desenganam
Os olhos do moribundo
O caçador vagabundo
Que viu e não soube ver.

Composição: Zé Ramalho

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