O lápis sem ponta não serve,
Aluno sem média não passa,
O povo é chamado de massa,
Quem tem inspiração tem verve.
Leite qualhado é azedo,
A massa de bolo é mexida,
Toda ascensão é subida,
A noite escura faz medo.
Todo amor novo é ardente
Nenhuma cidade é igual
Quem tem bom senso é normal
Quem é o contrário é demente.
A vida no campo é difícil
A lei de Deus é sagrada
Coisa doada é coisa dada
Buraco pequeno é orifício.
A água em ebulição: ferveu
A barra de ferro é dura
Quem mexe com espinhos se fura
Quem nunca amou, se perdeu.
Toda canjica é de milho
Contrário de último é primeiro
Quem vende carvão: carvoeiro
Homem que é pai, já tem filho.
Quem faz e demonstra, convence
Saco de couro é surrão
Roubo em loja é remarcação
Força bruta nem sempre vence.
Nem tudo que reluz é ouro
“De modo nenhum” é nada
O antônimo de bruxa é fada
Quem é sarraceno, é mouro.
Quem faz música, faz canção
O bobo diz sempre estupidez
O estado do Silêncio é mudez
No problema, busque solução.
Todo inimigo é adversário
Misturou as raças, deu mestiço
O fogo apagando, eu atiço
Completou ano? Aniversário!
Quem não for militar, é civil
Espectro equivale a fantasma
Quem é asmático tem asma
Um governo corrupto é vil.
Bebeu muito: fica de pileque
Quando o dia sai, a noite assume
Na fogueira há brilho e lume
No calor, abane o leque.
Nem toda rapadura é dura
Nem todo império é eterno
Tanto faz frio como terno
Fruta no ponto está madura.
Eu já estou em uma idade
de não ser homem de mentir:
se não achar que é verdade,
venha aqui me desmentir.
Elilson José Batista, in Miscelânea Poética
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