“Posso haver-me enganado na minha concepção de verdade pura, mas não estava errado ao crer que ela existe e merece ser obedecida. Talvez tenha imaginado o caminho para um mundo livre e feliz mais curto do que é na realidade, no entanto, não estava errado em pensar que esse mundo pode existir e que a vida vale a pena ser vivida, se se deseja penetrar nela um dia. Passei a vida em busca de uma visão, ao mesmo tempo pessoal e social. Pessoal, ao procurar o que é belo, elevado e nobre, agindo de modo a que os momentos de intuição enriquecessem com sua mensagem as horas menos significativas. Minha visão social permitiu-me imaginar uma sociedade onde os seres vivem livremente e onde o ódio, a inveja e a cobiça se extinguirão, por não serem estimulados. Tudo isso é o que penso. E o mundo, com todos os seus horrores, não conseguiu abalar as minhas convicções”.
Bertrand Russel, in Retratos da Memória
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