sábado, 30 de abril de 2011

Sertão de Metal



Já não é bom rever nosso passado
Agora é ruim prever nosso futuro
Há dor nos olhos, vergonha no peito
Desse meu direito de um mano ruim
De um mano ruim.

Vejo o sertão de Câmara Cascudo
Mal empalhado, peça de museu
O sábia de metal mal polido
Raízes do passado
E meu bumba-meu-boi morreu
Meu bumba-meu-boi morreu.

E vejo uma flora de borracha
Tão nova, abrigando os juritis
Dos artesãos oficiais suicidas
E vejo lá no campo
Uma voz mal programada
Chamando o gado por curral
Sem aboiar
Ê, gado, oi
Ê, gado, oi.

Um cão de parafuso sem o seu latido
Urubu de urânio urinando óleo
Mandacaru, maracatu mirou-se na miragem.

A ecologia chora suas dores
A flora e a fauna falando das flores
Tudo é coisa pro ano 2000
Eu sei que ninguém viu
O sertão de metal
Mas eu sonhei
Gado, oi
Ê, gado, oi.

Raimundo Círio e Léo Batista, cantores e compositores pauferrenses

Um comentário:

  1. postei essa música no meu blog http://discovelho.blogspot.com/2011/09/cirio-e-leo-batista-sertao-de-metal.html
    tive a felicidade de ser aluno desses caras
    valew

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