quarta-feira, 6 de abril de 2011

José Paulo Paes: o Poeta da Brevidade

Dono de um refinado humor, o poeta, humilde, se considerava um poeta distrital... o mais importante de seu quarteirão. Foi um poeta do seu tempo e um observador irônico das contradições do vasto mundo. O resultado será uma poesia do dia-a-dia, crítica social e política do homem moderno, sempre com uma linguagem dentro da brevidade, a linguagem do chiste e do epigrama.

A ironia, aprendeu com Drummond, depois com Oswald de Andrade. Será uma das principais características recorrentes em sua obra: a crítica inteligente, sem preconceitos e graciosamente contundente.
O epigrama, segundo Davi Arrigucci Jr., José Paulo Paes retomou uma fórmula tradicional, tão velha como a nossa cultura. O epigrama é um poema breve, que muda de tom; pode marcar o lugar de um acontecimento, ser épico, lírico ou dramático. O poeta reutiliza essa antiga fórmula, já usada pelos romanos, para comentar ironicamente o mundo em que vive e revelar a sua intimidade que interferisse nesse mundo.
O chiste é uma forma de graça aguda, de talhe seco e exato. O poema-piada de influência oswaldiana.
Eis um poema seu que resume todas essas características:

Epitáfio para um banqueiro

Negócio
   ego
        ócio
           cio
               o

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