Não me importa com as rimas, raras vezes
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra”.
Fernando Pessoa
Vou fazer um poema rimado
para mostrar aos desavisados
que o primor da poesia
está todo na fantasia
de quem sabe realmente
rimar coisas incoerentes.
Mas com arte, necessariamente.
Soer rima com doer.
E daí? Nada a ver.
Está rimado, é notório,
parece coisa de escritório
que tem tudo certo, no lugar.
Mas não dá para variar?!
Ser poeta é sentir
na pele o sofrimento
e cantá-lo sem mentir:
eis todo o sentimento.
Nas entrelinhas está
o mais útil, interessante,
pois na arte de versejar
( meu leitor não é ignorante )
a rima é menos importante.
Elilson José Batista, in Miscelânea Poética.
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