quinta-feira, 19 de março de 2015

O tutano dos nossos ossos


“– Ainda falta uma coisa. A visão de Deus. A luz suave de seu céu infinito. O gozo dos querubins e o canto dos serafins. A alegria dos olhos de Deus, a última e fugaz visão dos condenados à pena eterna. E não apenas isso, mas tudo conjugado com uma dor terrena. O tutano dos nossos ossos convertidos em lume e as veias do nosso sangue em fogo, fazendo-nos contorcer de uma dor incrível; que não míngua nunca; atiçado sempre pela ira do senhor.”
Juan Rulfo, in Pedro Páramo

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