“As
melhores ações se alteram e enfraquecem pela maneira por que são praticadas, e
deixam até duvidar das intenções. Aquele que protege ou louva a virtude pela
virtude, que corrige e reprova o vício por causa do vício, simplesmente,
naturalmente, sem nenhum rodeio, sem nenhuma singularidade, sem ostentação, sem
afetação: não usa respostas graves e sentenciosas, ainda menos os detalhes
picantes e satíricos; não é nunca uma cena que ele representa para o público, é
um bom exemplo que dá e um dever que cumpre; não fornece nada às visitas das
mulheres, nem ao pavilhão, nem aos jornalistas; não dá a um homem espirituoso
matéria para boa anedota. O bem que acaba de fazer é um pouco menos sabido e
conhecido pelos outros, na verdade; mas fez esse bem; que é que ele queria mais?”
Jean
de La Bruyére, in Os
Caracteres
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