quinta-feira, 8 de março de 2012


“As melhores ações se alteram e enfraquecem pela maneira por que são praticadas, e deixam até duvidar das intenções. Aquele que protege ou louva a virtude pela virtude, que corrige e reprova o vício por causa do vício, simplesmente, naturalmente, sem nenhum rodeio, sem nenhuma singularidade, sem ostentação, sem afetação: não usa respostas graves e sentenciosas, ainda menos os detalhes picantes e satíricos; não é nunca uma cena que ele representa para o público, é um bom exemplo que dá e um dever que cumpre; não fornece nada às visitas das mulheres, nem ao pavilhão, nem aos jornalistas; não dá a um homem espirituoso matéria para boa anedota. O bem que acaba de fazer é um pouco menos sabido e conhecido pelos outros, na verdade; mas fez esse bem; que é que ele queria mais?” 
Jean de La Bruyére, in Os Caracteres

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