Toda
natureza se contenta consigo mesma quando segue bem seu caminho. A
natureza racional caminha bem quando não consente com falsidades ou
incertezas; quando dirige seus impulsos unicamente para o bem social;
quando restringe desejos e repulsões ao que depende dela; quando se
satisfaz com o que lhe é atribuído pela natureza comum.
As
naturezas particulares compõem a natureza universal, assim como a da
folha pertence à da planta. A diferença é que a natureza da folha
é parte de uma que é desprovida de percepção ou razão e está
sujeita a impedimentos. A natureza do homem, por outro lado,
participa de uma que não pode ser impedida e que é inteligente e
justa por atribuir a tudo porções equivalentes e proporcionais ao
seu valor, ao seu tempo, à sua substância, à sua causa, à sua
atividade e ao seu incidente.
Não
examine para descobrir que qualquer coisa comparada com outra é
idêntica em todos os aspectos. Analise juntando as partes de uma e
comparando-as com as partes juntas de outra.
Marco Aurélio, em Meditações
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