Arrumo
a valise para a partida.
É
bagagem de pouco peso
porque
vai desprovida de vaidade.
Sonhos
moldam-se aos espaços disponíveis;
o
resto são afetos e saudades.
Dispenso
cadeado:
sentimento
não é coisa pra se roubar.
Tampouco
colo etiquetas,
já
que as curvas do meu caminho
nem
eu mesma sei onde vão dar.
Uma
flor no cabelo,
uma
reza no peito,
a
cruz companheira,
saio
de alma lavada à procura de mim.
Guardo
nos olhos as cenas que vivi
e
parto em busca de uma tarde de rubi.
Flora
Figueiredo
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