sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Brasão

Nasce do solo sono uma armadilha
Das feras do irreal para as do ser
Unicórnios investem contra o Rei.

Nasce do solo sono um facho fulvo
Transfigurando a rosa e as armas lúcidas
Do campo de harmonia que plantei.

Nasce do solo sono um sobressalto.
Nasce o guerreiro. A torre. Os amarelos
Corcéis da fuga de ouro que implorei.

E nasce nu do sono um desafio.
Nasce um verso rampante, um brado, um solo
De lira santa e brava — minha lei

Até que nasça a luz e tombe o sonho,
O monstro de aventura que eu amei.
Mário Faustino

Nenhum comentário:

Postar um comentário