um
poema começa
por
onde ele termina:
a
margem de dúvida
um
súbito inciso de gerânios
comanda
seu destino
e,
no entanto ele começa
(por
onde ele termina) e a cabeça
grisalha
(branco topo ou cucúrbita
albina
laborando signos) se
curva
sob o dom luciferino –
domo
de signos: e o poema começa
mansa
loucura cancerígena
que
exige estas linhas do branco
(por
onde ele termina).
Haroldo de Campos, em A educação dos cinco sentidos
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