Uma
espada qualquer, de qualquer aço,
Um
cavalo de flanco palpitante,
Fortuna
incerta, divagar constante,
Sereno
o rosto, sempre altivo o braço.
No
coração, em mui secreto espaço,
A
figura de Dora, tão distante,
Mas
tão perto, contudo, e tão reinante,
Que
a ela se dedique o menor passo.
Desfeito
o agravo, conjurado o mal,
Novo
caminho, que neste exercício
Nenhum
descanso cabe. E que afinal,
Por
luta valerosa ou alto feito,
Eu
ganhe reino e Dora, mas no peito
Morem
saudades do passado ofício.
José Paulo Paes, em Poesia completa
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