Quem
perde o bem, que teve possuído,
A
morte não dilate ao banimento,
Que
esta dor, esta mágoa, este tormento
Não
pode ter tormento parecido.
Quem
perde o bem logrado, tem perdido
O
discurso, a razão, o entendimento:
Porque
caber não pode em pensamento
A
esperança de ser restituído.
Quanto
fosse a esperança alento à vida,
Té
nas faltas do bem seria engano
O
presumir melhoras desta Sorte.
Porque
onde falta o bem, é homicida
A
memória, que atalha o próprio dano,
O
Refúgio, que priva a mesma morte.
Gregório de Matos, in Antologia Poética
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