[...]
A
mãe serviu mais sopa para as duas crianças menores, com uma
expressão tranquila no rosto ao manipular os hashis. Logo
depois de terminar a refeição, a irmãzinha de Isaku adormeceu
sentada, por isso a mãe a pegou e levou para as esteiras de palha. O
irmão já estava deitado no canto da sala.
— Quantos
mortos havia? — perguntou Isaku, lembrando-se dos dois barquinhos
que vira do posto de observação no cabo.
A
mãe ergueu os olhos enquanto bebia de sua cuia de água quente.
— Três
caíram pela beirada e se afogaram. Havia quatro pessoas ainda no
barco, contando os feridos, mas todos eles foram mortos — disse ela
calmamente.
— Eles
resistiram? — perguntou Isaku, observando o rosto da mãe iluminado
pela luz do fogo.
— Ouvi
dizer que não fizeram nada, apenas imploraram por suas vidas —
disse a mãe com uma voz inexpressiva.
Era
provável que os tripulantes tivessem cortado seus topetes, pedindo
proteção divina. Isaku podia imaginar os homens ajoelhados no
tombadilho, os cabelos cortados caídos sobre as tábuas, enquanto
imploravam que suas vidas fossem preservadas.
— Não
há espaço para a piedade. Seria um desastre se qualquer um deles
ficasse vivo. Eles tinham de ser mortos, seus ancestrais decidiram
isso, e é assim que sempre tem sido desde então. As regras da
aldeia têm de ser seguidas — disse a mãe, com um olhar férreo
fixo nele. Isaku assentiu com ar solene.
No
dia seguinte o mar estava agitado. As ondas quebravam na costa com
estrondo, e as esteiras de palha na entrada das casas balançavam ao
vento forte que açoitava a costa.
Isaku
e a mãe percorreram a trilha até a casa do chefe da aldeia, com
borrifos de água caindo sobre eles toda vez que uma onda arrebentava
na praia. Os rostos das pessoas que encontravam no caminho estavam
iluminados de alegria.
A
área de terra na entrada da casa do chefe da aldeia estava repleto
de gente; todos mantinham a voz baixa, falando em sussurros, mas não
havia dúvida quanto ao brilho em seus olhos e a alegria em suas
palavras. No fundo da sala os mais velhos encontravam-se ocupados
colocando galhos de cânhamo no chão para ajudar nos cálculos.
Tinha sido decidido que o arroz seria distribuído primeiro.
Os
homens curvados sobre as varas no chão ergueram-se quando um deles
se colocou de quatro no solo e falou com o chefe. O chefe assentiu
com a cabeça. Quando o velho de confiança sentado ao lado do chefe
se levantou, os murmúrios cessaram.
— Havia
trezentos e vinte e três fardos de feno a bordo de O-fune-sama —
anunciou ele.
A
multidão pareceu mover-se como um único bloco em reação às
palavras. O coração de Isaku acelerou com a notícia de uma riqueza
assim tão incrível.
— Cada
homem e mulher adulto vai receber três fardos e cada criança
receberá um fardo. Os quarenta e nove fardos restantes serão
estocados como a parte do chefe da aldeia.
Ouvindo
isso, os habitantes da vila tiveram de se esforçar para conter a
excitação, e uma série de vozes elevou-se do chão de terra quando
algumas pessoas se curvaram profundamente para o chefe da aldeia.
Sorrisos
apareceram na face do chefe e dos anciãos, e Isaku viu que a mãe e
os outros ao redor choravam de emoção. Aqueles que tinham a partir
de dez anos completos eram considerados adultos, portanto Isaku e a
mãe receberiam a quota de adultos. Isaku contou nos dedos quantos
fardos receberiam, chegando à conclusão de que a família ficaria
com oito fardos.
— Vamos
ficar com oito fardos! — exclamou ele excitado para a mãe.
— Oito
fardos! — repetiu ela, chorando e olhando para o filho. Lágrimas
continuavam a surgir nos olhos dela e a escorrer pelo rosto. Pela
expressão no rosto da mãe, Isaku achou que ela estava lutando para
controlar os soluços e lágrimas.
Quando
os habitantes voltassem para a aldeia do trabalho servil, o chefe
lhes entregaria sua quota de arroz estocado. Quando o pai de Isaku
voltasse na primavera do ano depois do próximo, ele receberia sua
quota também, e a família teria ainda mais benefícios.
O
chefe da aldeia se levantou, acompanhado pelos velhos. Os outros os
seguiram até a área atrás da casa. Havia fardos demais para caber
na área de estoque, portanto haviam sido empilhados do lado de fora,
sobre esteiras de palha. Isaku olhou por cima dos ombros dos outros
para os fardos de arroz como se estivesse contemplando um tesouro
magnífico.
Seguindo
as instruções dos velhos, os homens começaram a separar os fardos
de feno. Usando as varas de cânhamo, foram contando o número de
fardos. Quando os velhos chamaram o nome de Isaku, oito fardos de
arroz foram colocados no chão com duas varas longas, e duas mais
curtas que simbolizavam a quota de seu irmão e irmã. Ele pensou
que, se a irmã Teru não tivesse morrido, outra vara curta teria
sido colocada ali.
Quando
terminaram de distribuir as varetas, todos se prostraram diante do
chefe da aldeia murmurando palavras de agradecimento. Muitos juntaram
suas mãos em oração.
O
mais velho ergueu sua voz de modo a ser ouvido.
— Comam
o arroz um pouquinho por vez. Não sabemos quando O-fune-sama
virá novamente. Pode levar anos. As pessoas que ficarem muito
acostumadas com o gosto do arroz vão sofrer as consequências. Vocês
homens devem se manter ocupados pescando, e as mulheres devem
continuar a procurar mariscos na praia.
Os
habitantes da aldeia se curvaram novamente. Em seguida todos se
levantaram e ficaram diante de seus respectivos fardos de arroz,
dezesseis grupos no total. Os chefes de família saíram para a
trilha carregando seus fardos.
— Você
nunca vai conseguir carregar isso — disse a mãe de Isaku.
Ele
segurou a corda do fardo e tentou erguê-lo sobre o ombro, mas não
conseguiu fazer com que subisse acima da cintura. Era bem mais pesado
do que ele esperava.
— Molenga!
— disse a mãe, mas o sorriso no rosto dela mostrava como estava
feliz.
Ela
ergueu o fardo e o colocou no ombro, os quadris ondulando um pouco
enquanto seguia pela trilha. Isaku ruborizou, sentindo-se embaraçado
ao pensar que ele, que supostamente era o provedor da família, era
incapaz de carregar um fardo de arroz no ombro; e, ainda mais, sua
recém-descoberta habilidade para pescar não contava para nada
quando a questão era masculinidade, um fato humilhante.
A
mãe fez várias viagens entre a casa do chefe da aldeia e a casa
deles, onde empilhou os fardos em cima de algumas tábuas na área de
chão de terra. Depois de carregar o último fardo, ela bebeu
um pouco de água, limpou o suor da testa e sentou-se para descansar
antes de tirar um pouco de arroz de um dos fardos e o colocar como
oferenda diante do ihai, a placa ancestral. As crianças
imitaram a mãe quando ela se ajoelhou para orar.
No
final da tarde a mãe colocou um pouco de arroz em uma panela e
começou a cozinhá-lo. O cheiro espalhou-se no ar e fez com que
viessem à mente de Isaku suas memórias do sabor do arroz enquanto
olhava para a massa branca na panela, onde os grãos inchados
saltavam para cima e para baixo. A mãe serviu um pouco da sopa de
arroz. Ele ficou maravilhado assim que a levou aos lábios: um gosto
rico e refinado. Era como se estivesse sendo abastecido de força. O
irmãozinho e a irmãzinha comeram sem dizer uma palavra, mas não
havia como confundir a expressão de surpresa em seus rostos.
O
pai de Kura veio se encontrar com a mãe de Isaku e a acompanhou até
a casa de Takichi. Porque Kura tinha realizado tão bem o papel no
ritual de O-fune-sama, ela estava agora sendo louvada na vila. Foi
feita uma celebração em honra dela na casa de Takichi.
Um
pouco depois a mãe de Isaku voltou para casa de muito bom humor.
— Ela
foi bem recompensada. O chefe da aldeia mandou três fardos de arroz
e também vinho. Ele disse que foi o chute perfeito dela na mesa que
trouxe O-fune-sama.
A
mãe de Isaku obviamente havia bebido; ela respirou profundamente
depois de tomar um pouco de água da moringa.
O
rugido das ondas quebrando parecia opressivo aos ouvidos, mas não
conseguia estragar a alegria que dominava a aldeia.
Isaku
deitou-se para dormir ao lado de Isokichi.
A
distribuição de bens continuou no dia seguinte. Óleo de semente de
coza, molho de soja, vinagre e vinho foram separados em função do
tamanho de cada família, e as pessoas levaram suas quotas em jarros
e cuias. A cera e metade do chá seriam armazenadas na casa do chefe
da aldeia, que também funcionava como ponto de encontro da aldeia. O
tatame também foi guardado lá.
Naquela
noite os fogos sob os caldeirões de sal foram acesos novamente
porque o chefe da aldeia queria encorajar seu povo a voltar à rotina
diária, ou a sorte inesperada poderia fazer com que sucumbissem à
indolência. Mesmo assim, eles esperavam que fossem abençoados com
outro O-fune-sama.
Os
homens começaram a sair para pescar novamente nos dias calmos,
trocando olhares animados de um barco para o outro. Alguns até mesmo
acenavam ou sorriam para Isaku sem nenhuma razão especial.
Isaku
levou Isokichi para a água, mas pensar nos fardos de arroz e nos
outros luxos empilhados em casa fazia com que perdesse a
concentração. Às vezes, puxava a linha e descobria que a isca
tinha sido levada. Com comida suficiente para durar um longo tempo,
Isaku perdeu a fome necessária para pescar peixes pequenos.
Mesmo
as mulheres que procuravam mariscos e algas do mar na costa pareciam
passar mais tempo conversando do que trabalhando. As risadas delas
podiam ser ouvidas através da água.
Chegou
a vez de Isaku de cuidar dos fogos na praia. Ele tinha pensado que
O-fune-sama fosse apenas um pouco mais do que um sonho
exagerado do povo da aldeia, mas, agora que tinha vivido pessoalmente
a experiência, sentia a importância do trabalho nos fogos dos
caldeirões e o que mais desejava era que O-fune-sama
aparecesse quando ele estivesse ali na praia trabalhando.
O
ano terminou e o dia do Ano-Novo chegou. Isaku passou a ter onze anos
de idade.
Segundo
o costume, durante o feriado de Ano-Novo todos na aldeia ficavam em
casa. O mar estava bravo, e cada dia mais neve caía. O retorno ao
trabalho no sexto dia do Ano-Novo foi marcado por um céu claro com
pouco vento, mas o mar ainda se lançava contra a praia com ondas
altas. A mãe colocou uma porção generosa de arroz na panela para
cozinhar. Pedaços de lula seca queimavam lentamente no fogo. Havia
também um prato de polvo em conserva.
Isaku
tomou um gole da sua grande porção de sopa de arroz e experimentou
a lula grelhada. Era a primeira vez que tomava um café da manhã
digno de um Ano-Novo.
Depois
da refeição, eles todos foram prestar homenagem aos túmulos dos
ancestrais. Tanta neve havia caído que chegava à altura dos
quadris. A mãe de Isaku amarrou a filha nas costas para acompanhar
as outras pessoas da aldeia até o cemitério. Retiraram a neve dos
túmulos, colocaram vários grãos de arroz em cada lápide e oraram.
Em seguida arrastaram-se de volta pela trilha até a casa do chefe da
aldeia. O céu estava azul e a luminosidade refletida na neve os
cegava.
Quando
entraram na casa do chefe da aldeia viram três dos mais proeminentes
membros da comunidade sentados ali, bebendo vinho. Isaku e sua
família se curvaram quando ofereceram saudações de Ano-Novo ao
chefe da aldeia, que sorriu e assentiu, agradecendo.
Quando
chegaram em casa, a mãe serviu para Isaku um pouco de vinho de uma
jarra. Ele o levou aos lábios e sentiu seu calor se espalhar pela
boca.
A
mãe tomou um gole.
— É
um vinho bom. Eu nunca tinha experimentado nada assim antes na vida.
O vinho feito de arroz é tão diferente — disse ela, balançando a
cabeça, impressionada. O vinho encorpado não só fez Isaku sentir o
calor se espalhar como também o deixou de bom humor.
— Na
próxima primavera papai vai voltar. Espero que ele esteja bem quando
voltar — disse Isaku para a mãe, que se virou bruscamente para
ele.
— Não
seja estúpido! Claro que ele vai estar bem quando voltar. Seu pai
está acima dos homens normais. Ele não é do tipo que fica doente —
disse ela, brava.
Isaku
conservou um gole do vinho na boca. O pensamento de como desejava
tornar-se um bom pescador antes de o pai voltar para a aldeia passou
por sua mente. E também tornar-se forte o bastante para erguer com
facilidade um daqueles fardos de arroz.
O
vinho começou a subir à cabeça, e tudo pareceu girar. Tomando o
resto do vinho de uma só vez, Isaku cambaleou até sua cama de palha
e se deitou. Adormeceu em um instante.
Quando
acordou, a sala estava imersa em uma escuridão quase completa. O
cheiro da sopa de arroz espalhava-se pelo ar, e ele divisou o
irmãozinho e a irmãzinha perto do fogão.
A
mãe foi até a mesa ancestral e acendeu o pavio que saía de um
prato contendo óleo. O irmão e a irmã levantaram-se e foram até
lá, os olhos fixos na luz brilhante. Isaku se levantou e olhou para
a luz, um pequeno fio de fumaça subindo da chama tremeluzente.
A
atmosfera alegre na aldeia prolongou-se além do Ano-Novo. Levando
vinho, os homens visitavam uns aos outros para beber e conversar,
enquanto as mulheres ficavam conversando e tomando chá. Contavam até
sobre um velho que disse que iria muito feliz encontrar o Criador
agora que tinha experimentado açúcar branco.
Cada
vez que a mãe de Isaku ouvia sobre como as outras famílias estavam
cozinhando e comendo o arroz, ela balançava a cabeça, franzindo o
cenho.
— Estas
coisas não duram para sempre. Aqueles que não têm determinação
em períodos de fartura são os que mais irão se lamentar depois —
murmurou ela, falando para si mesma tanto quanto para quem estivesse
em volta. Na casa deles o arroz era usado aos poucos, e apenas para
fazer sopa.
Mesmo
em dias calmos viam-se poucos barcos passando. A maior parte do
transporte de arroz era feito antes do final do ano, e era raro um
barco arriscar-se a ser pego por uma tempestade. Não muito depois do
Ano-Novo eles viram um barco grande, claramente um navio de um clã,
a julgar pelo brasão no centro da vela, que passou ondulando no
horizonte antes de sumir por trás do cabo.
No
final de janeiro, Kura deu à luz uma menina. Takichi queria um
menino, e a princípio ficou desapontado. Mas logo mudou de ideia
quando o chefe da aldeia não só os presenteou com arroz e vinho,
mas também denominou a menina Tama, ou joia.
Isaku
foi com a mãe até a casa de Takichi; ela levava uma cuia com um
pouco de arroz. Havia uma guirlanda sagrada de palha pendurada sobre
a porta, e o bebê estava dormindo junto de Kura no tatame emprestado
a eles pelo chefe da aldeia. A mãe de Isaku colocou a cuia na frente
do bebê, junto de várias outras oferendas, e então juntou as mãos
em oração. Diziam que as almas dos ancestrais mortos voltavam do
outro lado do mar para se abrigar no útero das mulheres grávidas da
aldeia. A filhinha de Kura era, portanto, a reencarnação de um dos
ancestrais deles; por isso os parentes a visitavam para entregar
oferendas.
Isaku
sentou-se junto da mãe, com os outros parentes, ao redor do fogão.
Eles trocaram cumprimentos e saudações e encheram as cuias uns dos
outros com vinho. A mãe de Isaku parecia estar pensando em Teru, que
havia morrido fazia um ano, ao baixar os olhos para o bebê. Dizia-se
que muitos anos transcorriam antes de a reencarnação ocorrer, então
sem dúvida Teru ainda devia estar na tranquilidade oferecida pela
morte.
Os
parentes falaram sobre como o desempenho de Kura no ritual tinha sido
a razão de a vila ter sido abençoada com O-fune-sama e que
ocasião de alegria tinha sido o chefe da aldeia ter dado o nome da
menina.
— Tama
certamente tem sorte por nascer quando temos o arroz de O-fune-sama.
Se ela comer arroz, não vai ficar doente; ela vai crescer saudável
— disse um dos parentes, enquanto os outros assentiam.
Kura
parecia satisfeita, deitada de lado, descansando.
O
trabalho de extração de sal prosseguiu, e Isaku cumpriu seu turno
passando a noite cuidando dos fogos na praia durante uma tempestade
de neve. Pela manhã, depois de ter apagado os fogos sob os
caldeirões, algumas mulheres vieram até a praia carregando tinas.
Tami estava entre elas. Isaku observou enquanto as mulheres raspavam
o sal dos caldeirões e o colocavam nas tinas. Seus olhos
naturalmente se concentraram no corpo de Tami. O rosto dela tinha
ficado longo e magro, e ela parecia ter crescido um pouco. Era esguia
agora, mas mais arredondada nos quadris, e subitamente passara a ter
um ar de mulher adulta.
Uma
sensação dolorosa e sufocante o dominou. Isaku sabia que Takichi
tinha tido relações com Kura quando se encontraram na floresta, e
ele ansiava por se aproximar de Tami da mesma forma. Mas não podia
imaginar-se sendo capaz de chegar perto de Tami, quanto mais falar
com ela se a oportunidade aparecesse.
Tami
prendeu duas tinas cheias de sal à sua vara de carregar baldes e se
afastou pela neve, em direção à casa do chefe da aldeia. Isaku
apagou o fogo na pequena cabana e correu para a trilha que saía da
praia.
Sem
outros navios passando, não havia mais sentido em produzir sal. A
aldeia estava enterrada sob a neve profunda. Às vezes Isaku e a
família tentavam se aquecer sentando-se de costas para o fogo. Havia
uma esteira de palha pendurada na porta; pela manhã ela estava dura
e congelada, grudada aos batentes; era preciso bater nela com um
galho para soltá-la.
Quando
fevereiro chegou, a temperatura tornou-se mais amena e o mar
mostrou-se calmo durante vários dias seguidos. Quando os primeiros
sinais de flores de ameixeira foram vistos nas montanhas, o chefe da
aldeia ordenou que parassem de produzir sal. A estação de
O-fune-sama tinha acabado.
Akira Yoshimura, in Naufrágios
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