“Evite
proferir as frases que todo mundo usa. Reflita sobre sua maneira de
falar, mesmo que apenas para transmitir aquilo que você acha que
todos estão dizendo. Faça um esforço para afastar-se da internet.
Leia livros.”
Timothy
Snyder,
in Sobre
a tirania: vinte lições do século XX para o presente
Hitler
manipulava a linguagem. Para ele, ‘Povo’ significava algumas
pessoas e outras não, (Snyder cita que Trump também o faz), os
conflitos eram sempre ‘lutas’, e qualquer tentativa de ver o
mundo de uma maneira diferente, feita por parte de indivíduos
livres, era vista como difamação do líder ou calúnia. Na nossa
época, os chavões são uma arma constante dos políticos.
Tymothy faz uma crítica a letargia
causada pela televisão e a espécie de entorpecimento causado pelas
telas.
No século passado, romances clássicos
já advertiam sobre a dominação das telas, a supressão dos livros,
do estreitamento do vocabulário e das dificuldades de se pensar.
Em Fahrenheit 451, de Ray Bradbury,
bombeiros procuram e queimam livros, enquanto a maior parte dos
cidadãos assiste a televisão interativa.
No famoso 1984, de George Orwell, os
livros são proscritos, e os televisores são os informadores e
transmissores, permitindo o governo vigiar os cidadãos.
No livro de Orwell, a linguagem dos meios
visuais é muito limitada, para negar ao público os conceitos
precisos para refletir sobre o momento em que se vive, ou recordar o
passado e pensar no futuro. Um dos projetos desse regime era limitar
a linguagem cada vez mais, retirando cada vez mais palavras das
edições dos dicionários.
Quando começamos a reproduzir as mesmas
frases e palavras que aparecem nos meios de comunicação diários,
nos conformamos com a ausência de um quadro maior de referencial.
Dispor desse referencial exige mais conceitos, e conceitos exige
leitura.
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