Alguém
escreveu num muro branco da Universidade do Porto, em Portugal, a sua
exigência política: “Queremos mentiras novas!”. Quem o escreveu
sabia das coisas. Sabia que seria inútil pedir o impossível: “Basta
de mentiras!”. Na política, apenas as mentiras são possíveis.
Mas ele já estava cansado das mentiras velhas, batidas, como piadas
cujo fim já se conhece, que diariamente aparecem nos jornais.
Mentiras velhas são um desrespeito à inteligência daqueles a quem
são dirigidas. Que mintam, mas que respeitem a minha inteligência!
Mintam usando a imaginação! Por isso escrevia, em nome da
inteligência, do possível e do humor: “Queremos mentiras novas!”.
Rubem
Alves, in Ostra feliz não faz pérola
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