Os
anos, Elza, já não gravam nada,
porque
gravamos nós o tempo todo.
O
teu cuidar, faz-me animar o fogo
e
cada dia em nós, jamais se apaga.
Provados
somos e o provar é um gomo
desta
romã partida pelas águas.
Somos
o fruto, somos a dentada
e
a madureza de ir no mesmo sonho.
Os
anos, Elza, não consertam mágoas,
mas
as mágoas não correm, se corremos.
Não
encanece a luz, onde são remos
da
limpa madrugada, os nossos corpos.
Amamos.
No existir estamos soltos,
soltos
de imensidão entre as palavras.
Carlos
Nejar
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