Se
não fora abusar da paciência divina
Eu
mandaria rezar missa pelos meus poemas que não
conseguiram
ir além da terceira ou quarta linha,
Vítimas
dessa mortalidade infantil que, por ignorância dos pais,
Dizima
as mais inocentes criaturinhas, as pobres
Que
tinham tanto azul nos olhos,
Tanto
que dar ao mundo!
Eu
mandaria rezar o réquiem mais profundo
Não
só pelos meus
Mas
por todos os poemas inválidos que se arrastam pelo mundo
E
cuja comovedora beleza ultrapassa a dos outros
Porque
está, antes e depois de tudo,
No
seu inatingível anseio de beleza!
Mário
Quintana
Nenhum comentário:
Postar um comentário