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A
história da aprovação de Guimarães Rosa para o Itamaraty é lendária.
Classificado em segundo lugar, por conta das restrições literárias que fizera a
Rui Barbosa na prova de Português, surpreendeu os examinadores Na arguição
oral. “O que o senhor conhece da literatura clássica francesa?”,
perguntaram-lhe. “Toda”, respondeu. “Desde quando o senhor lê francês?” Nova
resposta: “Os clássicos comecei a ler aos 9 anos.”
Aos 7, Joãozito, seu apelido de infância,
já havia começado o estudo de francês sozinho, quando um viajante amigo de seu
pai lhe levou uma gramática e um dicionário para que pudesse decifrar as
revistas francesas que chegaram às suas mãos em Codisburgo, interior de Minas,
onde nasceu. Aos 9, aperfeiçoou os estudos com um padre franciscano, e
iniciou-se no holandês. Começou a aprender japonês em Belo Horizonte, quando
cursava o ginásio, com um funcionário nipônico da Companhia de Força e Luz que
mudava a luz do poste em frente à casa em que morava com o avô. Para completar,
fez aulas de esperanto. Quando entrou para o Itamaraty, as línguas que dominava
passavam de 20.
Fonte: Palavras de guerra – revista Bravo
n° 126
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