A bailarina escapou da caixinha, nem lembrou da despedida. Parecia feita de talco, não fosse o giro tão vago, nas varredelas do ar.
Fugiu em surdina. Pelo ralo, pela pia, pelo olhar da fechadura. Teria sido manso orvalho, não fosse a estrela descalça, tinha o cadarço nas mãos.
A bailarina se foi, lenço algum no corredor. Virou vento, garça aflita, verso branco, sem final.
Rosana Piccolo, poetisa paulistana
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