Este
infinito amor de um ano faz
Que
é maior do que o tempo e do que tudo
Este
amor que é real, e que, contudo
Eu
já não cria que existisse mais.
Este
amor que surgiu insuspeitado
E
que dentro do drama fez-se em paz
Este
amor que é o túmulo onde jaz
Meu
corpo para sempre sepultado.
Este
amor meu é como um rio; um rio
Noturno
interminável e tardio
A
deslizar macio pelo ermo
E
que em seu curso sideral me leva
Iluminado
de paixão na treva
Para
o espaço sem fim de um mar sem termo.
Vinícius
de Moraes
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