[…]
e só pensando que nós éramos de terra, e que tudo o que havíamos
em nós só germinaria em um com a água que viesse do outro, o suor
de um pelo suor de outro;
e nesse repouso de terras e tantas águas, alguém
baixou
com suavidade
minhas pálpebras,
me
levando,
desprevenido,
a consentir
num sono
ligeiro,
eu
que não
sabia
que o amor
requer vigília:
não
há paz que não
tenha um fim, supremo bem,
um termo, nem taça que não tenha um fundo de veneno.
Raduan Nassar, in Lavoura
Arcaica
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