“Tento
recordar teu rosto, nome. Curioso, como às vezes nos escapam os traços da
pessoa amada. Situo-te num passado já distante. Não te imagino num presente. De
ti resta-me o que foste comigo. E foste – ternura e descoberta do meu corpo, de
minhas mãos até então inábeis que ensinaste a acariciar teus cabelos, a sentir
teu corpo; e ainda descoberta de que a minha voz tinha um sentido para além de
sons mais ou menos indistintos e vagos.”
Roland
Barthes, in Fragmentos de um discurso amoroso
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