sexta-feira, 19 de abril de 2013

Versos que fazem bem

Imagem: Google

Em outras épocas, já coube à poesia um papel fundamental na formação das pessoas. Num passado escolar que hoje nos parece tão distante quanto a palmatória, exigiam-se dos estudantes noções de versificação e o conhecimento de alguns poemas de cor. Hoje, porém, ler poetas como Camões, Drummond, Shakespeare, João Cabral de Melo Neto e outros clássicos já não é exigência. Infelizmente, mas pode ser que argumentos da neurociência ajudem os leitores a enxergar o que os poetas sempre souberam: ler poesia faz bem.
Cientistas da Universidade de Liverpool divulgaram um estudo que consistiu no monitoramento da atividade cerebral de 30 voluntários, que se dispuseram a ler o começo de determinados poemas para, em seguida, ler novamente os mesmos trechos, porém adaptados a uma linguagem mais coloquial. Ao se deparar com termos menos frequentes, estruturas sintáticas atípicas e semântica complexa, a atividade cerebral disparou, o que não ocorreu durante a leitura dos trechos simplificados.
De acordo com o professor Phillip Davis, que participou do estudo, a leitura desses versos estimulou a parte do cérebro associada à memória e à emoção, permitindo que os voluntários refletissem sobre suas vidas. A pesquisa, contudo, mais do que incentivar a leitura de poesia, chama a atenção de ler “livros difíceis”, sobretudo numa época em que educadores parecem estar mais preocupados em oferecer aos estudantes textos acessíveis.
Fonte: revistametafora.com.br, n° 16, fevereiro de 2013

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