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Em
outras épocas, já coube à poesia um papel fundamental na formação das pessoas. Num
passado escolar que hoje nos parece tão distante quanto a palmatória,
exigiam-se dos estudantes noções de versificação e o conhecimento de alguns
poemas de cor. Hoje, porém, ler poetas como Camões, Drummond, Shakespeare, João
Cabral de Melo Neto e outros clássicos já não é exigência. Infelizmente, mas
pode ser que argumentos da neurociência ajudem os leitores a enxergar o que os
poetas sempre souberam: ler poesia faz bem.
Cientistas
da Universidade de Liverpool divulgaram um estudo que consistiu no
monitoramento da atividade cerebral de 30 voluntários, que se dispuseram a ler
o começo de determinados poemas para, em seguida, ler novamente os mesmos
trechos, porém adaptados a uma linguagem mais coloquial. Ao se deparar com
termos menos frequentes, estruturas sintáticas atípicas e semântica complexa, a
atividade cerebral disparou, o que não ocorreu durante a leitura dos trechos
simplificados.
De acordo com o professor Phillip Davis,
que participou do estudo, a leitura desses versos estimulou a parte do cérebro
associada à memória e à emoção, permitindo que os voluntários refletissem sobre
suas vidas. A pesquisa, contudo, mais do que incentivar a leitura de poesia,
chama a atenção de ler “livros difíceis”, sobretudo numa época em que
educadores parecem estar mais preocupados em oferecer aos estudantes textos
acessíveis.
Fonte: revistametafora.com.br, n° 16,
fevereiro de 2013
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