Ao
final, alguém se converte no que escreve
ou
não com as próprias mãos
Quem
vai acreditar em teu nagual
se
não sentes o cheiro do tremor da imagem congelada
morrendo
de medo dos olhos que a observam
Jato
descontrolado de sombras
em
busca do novo
O
esquecimento coloca o coração em uma armadilha
Nós
não voamos ou andamos com as guelras
No
papel do deserto
alguém
se lembra da maneira de caçar a lebre
fazer
sandálias com pele de réptil
para
entrar antes do amanhecer
Levantas
a tampa e vês a tua própria morte
O
verme da letra agita-se sob um título e outro
Parecem
luzes de néon cobertas de cinzas
A
tua máscara e teu nome tomam o lugar
daquela
pessoa que não vieste a ser
Um
dia a asfixiaste com o travesseiro
Uma
parte tua foi deixada em seu testamento
Acabaste
de nascer
Alguém
te lê.
José Ángel Leyva, in Antologia da poesia mexicana
Nenhum comentário:
Postar um comentário