Cette
Hélène qui trouble et l’Europe et l’Asie,
mas
o professor é distraído,
não
vê que a classe inteira se aliena
das
severas belezas de Racine.
Cochicham,
trocam bilhetes e risadas.
Este
desenha a eterna moça nua
que
em algum país existe, e nunca viu.
Outro
some debaixo da carteira.
Os
bárbaros. Será que vale a pena
ofertar
o sublime a estes selvagens?
O
Professor Arduíno Bolivar
fecha
a cara, abre o livro.
Ele
não os despreza. Ama-os até.
Podem
fazer o que quiserem.
Ele
navega só, em mar antigo,
a
doce navegação de estar sozinho.
Tine
a campainha.
Acabou
a viagem, no fragor
de
carteiras e pés.
O
professor regressa ao rígido
sistema
métrico decimal das ruas de Belo Horizonte.
Carlos Drummond de Andrade, in Boitempo – Esquecer para lembrar
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