Passam
a vida lenta decifrando
novíssimas,
sincopadas,
logogrifos.
Mandam
soluções para o Almanaque Bertrand
e
quedam à espera do navio de Lisboa que não vem,
não
atracará nunca no Rio Doce,
trazendo
em nova edição os nomes dos aficionados
triunfadores.
Chega
a besta rústica do Correio.
Na
mala, do volume encharcado de chuva,
não
salta nenhuma vitória para a cidade,
salvo
no ano esplendoroso de 1909
em
que Juquinha Gago tirou menção honrosa.
Pobre
(rico?) de mim,
que
nunca fui além das cartas enigmáticas,
sem
conclusão e sem prêmio,
mas
também não sou nunca derrotado.
Carlos Drummond de Andrade, in Boitempo – Esquecer para lembrar
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