Ninguém
sentiu o teu espasmo obscuro,
Ó
ser humilde entre os humildes seres.
Embriagado,
tonto dos prazeres,
O
mundo para ti foi negro e duro.
Atravessaste
num silêncio escuro
A
vida presa a trágicos deveres
E
chegaste ao saber de altos saberes
Tornando-te
mais simples e mais puro.
Ninguém
Te viu o sentimento inquieto,
Magoado,
oculto e aterrador, secreto,
Que
o coração te apunhalou no mundo.
Mas
eu que sempre te segui os passos
Sei
que cruz infernal prendeu-te os braços
E
o teu suspiro como foi profundo!
Cruz e Souza, in Últimos Sonetos
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