No
hall do Palace o pintor
Cícero
Dias entre o Pão
De
Açúcar e um caixão de enterro
(É
um rei andrógino que enterram?)
Toca
um jazz de pandeiros com a mão
Que
o Blaise Cendrars perdeu na guerra.
Deus
do céu, que alucinação!
Há
uma criatura tão bonita
Que
até os olhos parecem nus:
Nossa
Senhora da Prostituição!
– “Garçom,
cinco martínis!” Os
Adolescentes
cheiram éter
No
hall do Palace.
Aqui
ninguém dá atenção aos préstitos
(Passa
um clangor de clubes lá fora):
Aqui
dança-se, canta-se, fala-se
E
bebe-se incessantemente
Para
esquecer a dor daquilo
Por
alguém que não está presente
No
hall do Palace.
Manuel Bandeira, in Estrela da Manhã
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