É
função da nossa faculdade intelectual observar:
I.
O quão subitamente tudo desaparece — os corpos no espaço e as
memórias no tempo.
II.
Qual é a natureza das coisas sensíveis, particularmente daquelas
que atraem com a isca do prazer, aterrorizam com a dor ou alardeiam
com o orgulho.
III.
O quão inúteis, desprezíveis, sórdidas, perecíveis e mortas tais
coisas são.
Ademais,
observe as pessoas cujas opiniões e vozes constroem reputações.
Contemple a morte e, mediante uma abstração, analise-a e isole as
imaginações ao redor dela. Perceberá que morrer é natural, e
somente crianças temem processos naturais. Aliás, é não só um
processo da natureza, como também algo que a conduz ao seu
propósito. Por último, considere como e com qual parte de si o
homem se aproxima da divindade e quando essa parte está disposta
para tal aproximação.
Marco Aurélio, in Meditações do Imperador Marco Aurélio: Uma Nova Tradução
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