A alquimia a química a fábula a sílaba:
qualquer mendigo mudado em Midas
fizesse o pão voltar ao grão o grão à
espiga
a espiga à plantação a cabeleira ao
vento
à goela retornasse o não e num vômito
invertido
convertido então na quintessência da
aquiescência
em signo que se exibisse como insígnia
da simetria
entre o amor e o nojo à maneira de
irmãos
siameses em harmonia de irmãos-alegoria
e deles
a fácil tradução fosse isso: qualquer
um de nós
mudado em Midas, imagine, as feridas
todas
transmudadas em orquídeas e nos
escombros
e nos mocambos e sob os viadutos pátrias
surgissem banhadas no ouro das antigas
igrejas
agora sem Deus só química a alquimia da
fábula
transformada em alegria.
Eucanaã Ferraz
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