— O azul — disse o cosmonauta.
— Não. O vermelho — objetou o major.
— Antes o amarelo — interveio a
modista.
— Voto no verde — declarou o
deputado.
— Mas o cor-de-rosa… — insinuou o
bailarino.
— Nada igual ao branco — sentenciou o
telegrafista.
Houve quem propusesse o arco-íris. A
Conferência Internacional para Escolha da Cor Única terminou sem
chegar a decisão. Convocou-se outra conferência do mesmo nível
para decidir sobre a conveniência de se oficializar a Cor Múltipla.
O pintor Israel Pedrosa, revelador da Cor Inexistente, promete não
comparecer.
Carlos Drummond de Andrade, in Contos plausíveis
Nenhum comentário:
Postar um comentário