quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Nautikon

            Almoço com Ieoana, no “La Rotonde”, onde há comida basca e orquestra magiar. O vinho é um Sancerre fruité — saibo de pêssego e cheiro branco de rosas. A garçonnette é uma “stéphanoise”, porque nasceu em St. Etienne. Rabisco “Nautikon” na toalha da mesa, e pergunto a Ieoana se aquela palavra existe.
Náftikon? É a marinha.
Sou eu mesmo.
Um enigma?
O “Náutikon” resolve tudo...
O que tudo resolve é o teatro. Amo o teatro. É um antigo amor que é o de todos os gregos que eu conheço. Não é o teatro uma verdadeira teofania?

Guimarães Rosa, in Ave, Palavra

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